sábado, 16 de agosto de 2014

Homem da marreta no treino Velocity

Eu na minha vasta experiencia de encontros com o homem da marreta, jamais imaginaria que pudesse encontra-lo em uma aula de ciclismo indoor, mas vamos aos fatos:

_ "Oi! Essa bike está desregulada!"_disse eu impaciente ao paciente assistente da Velocity.
_ "Não Luli, não está não! Elas foram aferidas recentemente."
_ "Posso trocar de bike?"
_ "Pode mas não terá os dados de sua performance depois."

***

De volta aos treinos de bike esse ano focando em duas competições (Singletrack 6 que acabou de passar e Brasil Ride que ainda está por vir) eu me vi perdida para voltar aos treinos fortes da modalidade.

Treinei anos na USP e durante as pedaladas outdoor além do estimulo tinha sempre a referencia se estava evoluindo ou não porque conseguia comparar meu desempenho com os meus colegas de treino. Esse acabou sendo sempre o parâmetro; quem eu acompanhava e quem eu deixava de acompanhar.

Nesse ano com amigos muito madrugadores me vi sem companhia para treinar e na busca de um novo estímulo a Velocity cruzou o caminho. A aula de ciclismo indoor permite que você veja sua potencia e sua classificação geral entre os todos na classe. Fácil acompanhar sua evolução. Jamais me imaginei gostando tanto de um treino indoor.

***

_"Eu descobri o problema da bike." _ de cabeça e voz baixa voltei para me desculpar depois da aula.
_ "Qual era Luli?"
_ "A pecinha de cima (eu)."

***

Fui cobaia para testar a nova aula que colocariam em prática no Studio Velocity.
Era o auge do meu treinamento (pré competição) quando fiz a aula teste com os sócios e mais um atleta.

No dia eu estava me sentindo a mulher maravilha pronta para pedalar e mostrar que o meu treinamento com as planilhas do meu treinador Helio Sousa estavam me deixando tinindo. Dito e feito. Saí pingando da aula de uma hora com o segundo lugar no pódio. Aula aprovada.
Mas isso é passado! Passado!

***

Hoje voltei ao estúdio de bike indoor para o lançamento oficial da aula Performance que eu já havia testado. No momento em que subi na bicicleta e comecei a pedalar achei que a bike havia sido deixada na marcha mais pesada. Para o meu espanto ela estava quase na mais leve.

Sorte que eu já tinha experiencia do meu primeiro encontro com o homem da marreta e não precisei chamar ninguém para dizer que a bike estava desregulada.
Nos primeiros 10 minutos de aula eu tentei um acordo com o meu corpo. Até implorar eu implorei, mas o cansaço não me permitiu.

O parâmetro estava ali na minha frente e graças a tecnologia é possível saber que mesmo que achasse que estava pedalando na marcha mais pesada do mundo, dessa vez estava na mais leve. Tenho que assumir que eu pensei até em abandonar a aula, ainda mais quando olhava a minha classificação geral e me via quase em último.

Eu queria chorar. Mas resolvi encarar o cansaço e pedalar com ele, resolvi respeitar meu corpo e diminuir, abraçar o fracasso. Não foi fácil nem gostoso, mas faz parte do treinamento.
Eu sou maior de idade e já está na hora de assumir: a culpa nunca é da bike, é do homem da marreta!



Um comentário:

Anônimo disse...

Tempo gasto para bolar , redigir , corrigir e postar a matéria : 2 horas ? ( por baixo )

Estatísticas : 2 Luli
31 Eu/meu/me

Resultado : 0 comentários

Talvez haja alguma lição aí...