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COMPETIÇÕES

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

BRASIL RIDE - 5 dia O RELATO PROIBIDO

Largada / Chegada: Rio de Contas / Rio de Contas
Distancia: 95,80 km
Ascensão acumulada: 2228 m
Tempo Limite de prova: 9:30 hs Tempo de prova 9:20

A quinta etapa começou travada para a gente, era uma subida interminável e cheia de trechos com areia, terreno travado. Logo estávamos com os Maydays em ultimo lugar. Depois que o areião passou a Dri perguntava se já estávamos nos "roling stones". O lugar era cheio de pedras mas "Não Dri, ainda não estamos nos roling stones."

Eu olhava no relogio e me assutava com a média que conduzíamos a bicicleta: "Meu Deus! Se continuarmos assim, mais um dia em cima do tempo de corte."

Na descida fomos ultrapassando equipes que já estavam com problemas, ai perdemos nossos companheiros vassouras mais uma vez. O calor continuava assassino, sem dar trégua nenhuma.

Um pouco antes de chegar o famoso jardim de pedras passamos um vilarejo e encontramos com os médicos, a sobra fresca era um bar eles prontamente nos ofereceram água. A Dri logo rebateu:
"Queremos cerveja!" 

(Abre parenteses, na primeira edição da B.R. teve um dia que subitamente deu vontade da Dri tomar cerveja e paramos de casa em casa pedindo o raio da cevada gelada, foi sem sucesso mas esse fato ficou marcado na história da equipe, fecha parenteses.).

Um copinho de cerveja para cada e logo saímos hidratadas para encarar os Rolling stones, uma subida ridiculamente cheia de pedras, onde é impossível subir pedalando. Logo que nos deparamos com ela lembramos da desgraça quando vimos o cruzeiro branco lá no alto da trilha. "Nossa lembrei dessa subida!" Juro que preferia nem ter lembrado, seria melhor não saber o que vinha pela frente.

Quando chegamos no cruzeiro a Dri assobiou para o vilarejo que tinha ficado pequenino. Imediatamente ouvimos o barulho da moto subindo: "Pronto, alarmamos a organização sem necessidade." Mas não, a moto chegou pacificamente e já que estava ali podia nos responder a pergunta que não queria calar: "Onde tem um bar?"

Descobrir que o "ponto de hidratação" genérico estava do outro lado do pico nos deu uma certa motivação. E você ai achando que nós bebemos, eu sei que provavelmente depois desse relato se eu contar que nunca bebemos só quem conhece a gente acreditará. 

Mas em fim, do outro lado e acabado finalmente o maldito Rolling Stones, achamos dona Teresinha que fez questão de abrir o bar para nos dar cerveja gelada. Foram quase duas garrafas estupidamente geladas, aproveitamos para molhar nossas camisetas com água e sair mais frescas para continuar a batalha.

Incrível o que nossa média horária aumentou! A Dri nem freava mais a bicicleta, e eu ali de passageira com o vento no rosto curtindo a tontura que nosso novo suplemento gerava. Chegamos no verdadeiro ponto de hidratação totalmente hidratadas e aos risos. Mal paramos, nos restabelecemos e seguimos torcendo os cabos. "Taca lhe pau!"

Mais de uma hora depois finalmente os maydays alcançaram a gente: "Nossa, sofremos para pegar vocês. Vocês aceleraram muito!" 
Já quase no ultimo ponto de água. Passado ele era subir a famosa serra das almas. Já sem efeitos do "doping" subimos os 10 quilômetros finais sob o incentivo dos maydays, dos motoqueiros, médicos, staffs. Tinha uma carreata atrás da gente nos incentivando a concluir os quilômetros finais. 

Foi um por do sol que dificilmente esquecerei; a cachoeira a distancia enquadrada pela exuberante paisagem da Chapada Diamantina. Chegando novamente em Rio de Contas as sirenes anunciavam juntamente com nossa chegada o fim de mais uma etapa, poucos minutos antes do corte para mais uma dancinha de comemoração!



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