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COMPETIÇÕES

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

BRASIL RIDE - 6 dia o divisor de águas

Largada / Chegada: Rio de Contas / Mucugê
Distancia: 143,5 km
Ascensão acumulada: 3252 m
Tempo limite de prova: 11:30 hs Tempo de prova 11:30 h

Após 9.20 h de competição do quarto dia de prova nosso corpo estava já muito sofrido. Sabíamos que o quinto dia seria a etapa rainha, ou seja, mais um dia duro de batalhar novamente contra o corte.
Cento e quarenta e três quilômetros, por mais que fossem sem muitos trechos técnicos teríamos que manter uma media mais alta que os outros dias.

O calor mais uma vez casstigava. A altimetria do dia parecia um serrote com subidas e descidas constantes. Fomos sempre controlando o ritmo com o suunto. Conseguimos levar bem até o quilometro 80. Ali o calor começou a pegar mais e já com muitas horas de prova começamos também a sofrer mais.

Pedalando com os Maydays boa parte do tempo, nem sempre somos as ultimas, mas a medida que alguns atletas param, vamos alternando. A equipe médica também está sempre por perto. Já chamamos os vassouras pelo nome. Praticamente uma família é nosso fundão.

Eram quatro pontos de controle, no segundo passamos bem, no terceiro por maior força que fizéssemos chegamos nove minutos após o corte. A Dri começou a chorar, eu já parei com pressa e comecei a encher as garrafinhas. A organização tentou impedir a gente de continuar, disseram que tínhamos que colocar a bike no caminhão.

Naquele momento, todas as energias que pareciam não existir voltaram. Sim vamos seguir, e prometi que iríamos tirar o tempo perdido. Começando com cinco quilometros de subida, botamos a tandem para girar, esquecendo o sofrimento do corpo e nos preocupando em acelerar. Logo depois que saímos varadas do apoio, os vassouras vieram atrás: "Estamos juntos!"

Passamos ainda pelo Rafael Campos diretor de prova que nos incentivou e quando faltavam uns 20 quilometros para a chegada aparece o Mario Roma de bike: "Vaiiiii!!! Coloca essa anaconda para andar." Ali quase começamos a chorar de emoção, mas melhor segurar as lágrimas para a chegada.

Olhava no relógio e nossa média acima dos 30 km/h. Era tudo ou nada, tíhamos que dar o que tínhamos e o que não tínhamos. A sorte que o ultimo trecho da prova é relativamente bem plano. 
Seguimos assim mais uma vez escoltadas pela organização, equipe médica, mayday, vassouras. Nos quilometros finais as sirenes foram acionadas e quando entramos na vila para contornar o acampamento dava para sentir a respiração aliviada da nossa torcida de plantão.

O relógio marcava 17:30 h, com exatas 11.30 hs de prova cruzamos o pórtico para finalmente desabar no choro do outro lado, mas só depois da dança. Foi uma festa que a gente nem conseguiu assimilar direito, nós duas estávamos semi conscientes.

Continuamos vivas na prova e isso definitivamente se deve a todo apoio e carinho que tivémos de todos. Todos os atletas, amigos, organização, fotógrafos. Nossa tandem é assim; vocês pensam que ela só leva duas? Em cima dela tá todo mundo! 

Muito Obrigada, do fundo do coração! Vamos para o sétimo dia!




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