Assutadas com o verão de 41 graus do dia anterior resolvemos que o domingo seria dia de utilizar o calor do sol ao nosso favor (porque pedalar, patinar, andar e até pensar estava fora de cogitação).
Descobrimos uma aventura tradicional do país: descer o rio boiando! Incrível não? As pessoas saem de casa munidas de bóias, sacos estanques para curtir uma corredeira e a "praia" que pode ser qualquer margem gramada.
A gente já tinha feito um trecho perto da casa do Ro e da Pati no dia anterior, mas o pensamento endurance e aventureiro achou que a técnica suiça podia ser aperfeiçoada. Porque fazer apenas dois quilometros se podemos fazer 15?!
Enquanto o Rodrio se perdia por aí com sua mtb de canote hidráulico novo, Pati e eu fomos ao desbravamento do rio Aarau. O plano era subir sentido contrário de trem. Munidas de saco estanque e bóia fomos até Rothrist que ficava seis estações do ponto de partida.
Saindo da estação seguimos para a margem do rio. Logo na entrada uma placa de advertência sobre a forte corrente que as hidrelétricas podem causar. Isso nos deu um frio na barriga e ainda na área que decidimos entrar não tinham pessoas mas também não tinham placas dizendo que era proibido, resolvemos seguir com o planejado.
Tomamos coragem e estramos na água, rapidamente já estávamos deslizando rio abaixo. Na nossa estréia logo deparamos com um castelo e igreja bem no nosso horizonte. Nos entreolhamos sorrindo com a alma; o dia estava apenas começando!
Pouco mais adiante surtamos com redemoinho que nos prendeu por alguns segundos (segundos esses que nos deixaram cientes de que se "ligassem" a hidrelétrica seríamos notícia).
A temperatura da água estava 23 graus e sem esforço a velocidade variava em torno dos 5 km/h. Após 1h30 de tour aquático já com um certo frio e avistando um clube resolvemos aportar.
Aqui na Suiça existem clubes publicos, muitos na margem dos rios com piscinas e ótimas instalações e por apenas 5 francos é possível desfrutar todo o dia. A cidade era Olten, o lugar exato onde tínhamos planejado almoçar. Lá mesmo nos informamos se o rio era "boiável" até o destino.
Após a curtição no clube e almoço, sabendo da previsão de mudança do tempo (estamos na Suiça é possivel ir do extremo calor ao frio em minutos) resolvemos seguir viagem.
Os últimos quilometros de rio incluiram o desvio de uma das hidrelétricas, muito frio e um começo de hipotermia (mea cupla: confesso que invocamos ela várias vezes no dia anterior).
Já perto do destino final saímos da água em outra barragem, sob um céu preto enfurecido resolvemos andar o quilometro restante.
De baixo de chuva e de alma lavada chegamos em casa!
Valeu Pati e Ro! Fechamos com chave de ouro a visita na casa de vocês!
Espero voltar em breve para mais aventuras na "base Suiça"
Many, many thanks!
Um comentário:
Que demais, como eu queria ter estado com vocês.
Beijos
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