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sábado, 6 de junho de 2015

Xterra Extremadura Espanha - Pré Prova

Para minha surpresa quando cheguei no aeroporto de Madrid o fiz sozinha, minha bike havia ficado na escala em Lisboa!

Hermes e Fabian dois figuras da organização foram me buscar e tivemos que ficar fazendo hora até que finalmente as duas da tarde pudéssemos voltar para o aeroporto e pegar a bike que chegou dois voos depois.

Gravamos um "vídeo pedido",os dois tentaram fazer com que Ruben Ruzafa o campeão mundial montasse a minha bike, mas infelizmente hoje ele está ocupado.

Nesse meio tempo descobri várias coisas da prova amanhã; ela é a mais longa de todos os Xterras que fiz (até mesmo o Havaí) serão 1,5k de natação, 40k de bike e 10 de corrida.

Cheguei a Plasencia a cidade da competição no finalzinho do dia, uma cidadezinha há duas horas de Madri encantadora! (amanhã juro que posto fotos) Deu tempo de tomar banho montar minha bike rapidinho e ir ao briefing e pasta party.

O briefing começou com palavras que me assustaram: "Um grande nível de exigência mental." "Temperaturas infernais." De cara lembrei da prova do Havaí, com a diferença de que aqui o calor é seco, ou seja quando acha que está desidratando já está desidratado faz tempo!

A natação será em rio. Me perguntaram se eu tinha treinado para entender o que pode acontecer. Pra que? Temos que manter a tradição, nada de fazer percurso, já que vamos com emoção que seja tudo surpresa! Claro que eu deixei o neoprene em São Paulo, levando em consideração que daqui volto pedalando para Portugal, qualquer peso extra não é bem vindo, mesmo que seja para ganhar alguns minutos de prova.

Amanhã as mulheres são as últimas a largar, serão 4 largadas seguidas, saímos 6 minutos depois dos Pró. Ah! Ruben Ruzafa o Sr que se cuide!

Boa noite! Quem vem comigo?


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Xterra Atlantida - relato da prova


Os dias que antecederam a prova desde a chegada aqui no Uruguay me deixaram ansiosa de uma maneira diferente. Conviver com atletas de elite Alexandre Manzan e Andres Darricau me fez enxergar a competição de outro angulo, mais a pressão sem dolo dos organizadores da competição (uma brasileira competindo no Uruguay deveria ser de elite) me fez ir atrás dos meus tempos de todos os Xterras, estudei distâncias, analisei terrenos e depois de ficar bem preocupada  porque poderia decepcionar meus novos amigos, resolvi sair para meditar. Resgatar a minha essência de competir, relembrar porque estou aqui.

Manzan nos dias que antecederam a competição parecia deixar seu corpo em economia total de energia, vários cochilos diários, e enquanto aproveitava para dar mais um poucos minutos antes de largar, Andres tomava banho (para depois nadar?) eu pacientemente escrevia na minha perna nome de todos os amigos que me mandaram energias. Cada um com o seu ritual.

O dia estava ensolarado e contrariando os dias anteriores o mar estava um espelho.
_ "Que sorte que o mar está calmo!"_ Guilherme um brasileiro que fazia seu primeiro Xterra admirava se.
Eu pensava comigo "Sorte? Com tantos nomes na perna? Isso é energia!"

Encarando o mar da maneira que aprendi no Havaí em ritual de purificação; entraria nele com meus medos e sairia fortalecida. Claro que esqueci disso nas primeiras braçadas. Meu Deus! Como nadar me fez falta! Todos os Xterras que fiz estava não diria treinada, mas estava nadando. Ha mais de um ano que não nadava e isso iria me custar de novo o ultimo lugar na modalidade, ou quase.

Por sorte a a natação era menor do que a tradicional: 1200 metros com uma saída na praia, mais uma volta e o sofrimento chegaria ao fim. Subi as escadas correndo feliz para encontrar a minha bicicleta.

Hora de começar a diversão e recuperar posições. O trajeto divertidíssimo de mountain bike trouxe de volta os ânimos. Muito exigente fisicamente, algumas vezes era preciso descer da bike e empurrar no areiao, mas diferentemente de ontem o trecho de praia estava sem vento, Era preciso saber dosar a força e tentar aproveitar ao máximo as brechas de descanso porque não eram muitas! (leia sobre o mountain bike aqui)

O percurso de quatro voltas repetidas era ótimo para pegar todas a manhas de pilotagem e querer fazer melhor na volta seguinte. Enquanto me distraía com isso, o calor castigava e muito. A medida que as voltas iam passando minha energia ia acabando.

Entrei na corrida em terceiro entre as mulheres com uma desvantagem que dificilmente iria buscar.
O percurso da corrida era parecido com o da bike, trilha, areia e praia. Após a primeira volta tive que desviar o percurso entrar no mar para esfriar meu corpo, que já não estava respondendo.

Quando entrava para a segunda volta a quarta mulher ao me ver acelerou o passo, percebi que minha colocação estava em risco.
Quando cheguei na metade do percurso Lucía, uma menina que estava na torcida, de bike rosa e roupa cor de rosa resolveu me acompanhar, deixou sua bike com seu pai que me jogou água na cabeça e seguiu entusiasmada trotando ao meu lado. Por um minuto fechei meus olhos e deixei aquela energia deliciosa tomar conta do momento.

Pouco mais a frente perdi meu posto no pódio, fui ultrapassada no quilometro final da corrida, no momento tentei lutar e acelerar, mas logo percebi que não tinha forças. Segui então curtindo a minha mais nova amiga mirim que me acompanhava sem fazer esforço, assim de mãos dadas a "equipe rosa" cruzou o pórtico de chegada.

"Importante é competir" que nos ensinam desde pequenos, apesar de alguns tilts involuntários de minha cabeça, tem sua verdade sólida. Ali de mãos dadas à Lucía valeu a corrida, a amizade dela, dos aventureiros apaixonados por esporte Rubén e Frederica que concretizaram a experiência Xterra Uruguay. Valeu a energia enviada por todos os amigos, os dias de sol, a troca de vivência com atletas de alto rendimento, os dias de praia, Valeu Uruguai!

Parabéns Manzan pelo lugar mais alto do pódio!
Obrigada Rúben e Frederica e todos os uruguaios por nos receberem tão bem!
Obrigada Tom, mano, como sempre a bike estava redondinha!
Ready4 pelos treinos, New Balance e Suunto pela parceria!

Aberta a tempoarada oficial 2015 de aventuras!
Vem com a gente!

domingo, 15 de junho de 2014

Finalmente a FINISH LINE

A linha de chegada é sinal de que acabou mais uma, está na hora de pensar na próxima. Passando o pórtico passam as dores e fica a bonança, a satisfação e orgulho, mas mais que a conquista do desafio valorizamos a conquista de novas amizades. Dividir essa alegria não tem preço!

Finalmente para vocês, a chegada do Gigathlon:



E mais esperada que a chegada; a PINK DANCE:

quarta-feira, 23 de abril de 2014

XTERRA Paraty - Relato de prova


Dois meses sem poder correr por causa de uma fascite plantar, uma lesão bem chatinha na sola do pé que parece não querer curar nunca. Focando em bike e stand up não parecia estar tão mal para competir o Xterra em Paraty e fazer um teste do quanto a lesão teria melhorado.

Sem nadar e sem correr eu poderia ter me inscrito na prova de mountain bike que abria o circuito do Xterra, mas minha paixão pelo multi esporte falou mais alto e às 9 horas da manhã estava sob o pórtico com mais de duzentos atletas.

Para minha sorte um bom trecho da natação dava pé então a estratégia foi golfinhar até que fosse obrigada a encarar a modalidade que literalmente me afunda. Não ainda não aprendi a nadar e não seria dessa vez. Xterra acaba sendo sempre uma prova de recuperação; é sair lá de trás, lá das ultimas posições e tentar recuperar o prejuízo.

A transição estava montada no centro histórico de Paraty o que obrigou os atletas a fazerem uma transição da natação longa. 
Sorte! Saí correndo da água com muita vontade de pegar minha bike.

Agora estava em “casa” aproveitar a modalidade que eu estava treinada. O percurso de mountain bike foi bem variado; tinha estradão, singles, asfalto, subidas curtas e duras, trilhas foi possível manter uma boa média.

O calor não dava uma trégua, castigava muito e como a maior parte do percurso era aberta, ia minando as forças. Só água às vezes deixa de resolver em situações extremas como essa. Fui salva por uma turma de adolescentes que tinha uma Fanta gelada em mãos.

A torcida animada reunida no centro histórico era um gás extra na hora de trocar de modalidade: estava pronta para encarar a fascite.

A corrida foi a minha grande batalha, nem pela lesão que não se manifestou durante o trajeto, mas pelo calor e percurso monótono. Um estradão que nos levava às voltas sem uma paisagem atrativa sob o calor castigante do meio dia.  Sete quilômetros e meio de pura tortura!

O plano tosco concluído com sucesso! Após passar o pórtico caí totalmente desidratada e sem forças. Fui a quinta mulher a cruzar a meta, primeira entre as atletas amadoras.

Obrigada aos meus patrocinadores, amigos e apoiadores em especial à Suunto pelo apoio a esse circuito!  Andre e Bia pela companhia e cuidado! Tom Cox meu mano que sempre deixa a minha bike tinindo!

Agora vou me comportar e voltar aos treinos de bike! Juro!

P.S. Pois é eu tinha terminado o relato e comecei a falar com Raquel, uma amiga minha que também adora um Xterra, e chegamos a conclusão que talvez o que encante do Xterra é que as distancias variam, a altimetria é completamente diferente de uma competição para outra; as modalidades são as mesmas mas sempre em condições adversas. Bem como os atletas, a colocação pode variar de uma prova para outra independentemente do treino. Quanto maior a habilidade de adaptação às mudanças de terreno e condições variadas de prova, melhor atleta!


Mais relatos do XTERRA (Búzios, Costa Verde, Ilhabela, Havaí)





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

DRI relata TRIATHLON INTERNACIONAL DE SANTOS

Enquanto eu competia a corrida de obstáculos em três Rios, minha cara metade fazia o sua primeira competição de triathlon bem longe dali.

Tudo começou uma semana e meia antes da corrida, quando Evandro da Fünf sports deu a ideia de eu fazer o Triathlon Internacional de Santos, minha cidade atual.
"Vamos! Mais uma aventura! Meu maior desafio será o mar."

Chegando em casa fui pesquisar as distâncias: 1,5km natação (frio na barriga), 40km de speed e 10km de corrida.
Apesar de Luli e eu sermos parecidas em várias coisas, também somos diferentes em muitas; ela vai sem pensar e eu fico remoendo a competição até chegar o dia D.
Depois do convite olhava todos os dias o mar, imaginava a distância e logo batia o desespero.

Um final de semana antes fui fazer o meu treino de natação, consegui nadar 200 m com dicas da nossa amiga Raquel Varela Bastos.
Adivinha onde estava o meu problema?
Em minha cabeça! Obvio que comecei a perder o fôlego e tentei me concentrar, mas não deu meu desespero só me atrapalhou. Saí do mar pensando nesse meu jeito e qual seria a melhor forma de melhorar.

Na semana antes eu não pude treinar porque queimei minha canela descendo de corda em um treino de crossfit então estava proibida de entrar na água do mar de Santos.

O dia D.
Pronto lá estava Márcio ( o marido mais legal do mundo que apoia todas as loucuras da Flower Peolple Team) e eu para retirada dos Kits. O mar não saia da minha cabeça. Umas horas antes entrei nele para testar a roupa de borracha que nossa amiga Daniela Paoli emprestou e vi que o mar não estava peixes ou melhor para manés como eu! O tempo mudou e aquele mar que vi todas as manhãs virou totalmente; ondas grandes e uma série atrás da outra.

Domingo, tudo combinado com a Fünf para cobertura e lá estou eu na fila para colocar o número em meu braço e panturrilha, acompanhada pelo Fávio que foi me filmando.

Entrei nas baias das bikes e achei o meu número, fiz tudo como Raquel me ensinou: "Veja perto de que prédio está sua bike, na hora de nadar veja se está vindo na direção do prédio que guardou em sua cabeça."
Minha Nossa Senhora da Bicicleta! Muita coisa para guardar e aquele tamanho de ondas que me fez paralisar.
Resolvi então fazer amigos. Estava tão nervosa que comecei a conversar praticamente com todo mundo na praia.

Poucos minutos antes da largada eu entrei no mar com um pessoal de Recife, fomos até um pouco antes da rebentação. Lá eu tive certeza que ia ser um desafio, sai chorando de nervoso sem acreditandar que ia realmente ter a natação. “Será que era só eu a desesperada?”
Via os caiaques tentando passar a arrebentação e nada, eles voltavam e diziam que estava muito difícil. Imaginem o meu psicológico! Eu juro que tentei de tudo para me controlar.

Com uma hora de atraso, finalmente resolveram dar a largada, meu coração disparou:
 _ "Adriana, já que essa multidão vai entrar no mar você também pode.".

Bummm... largada da Pró masculina e feminina e lá foram eles como guerreiros. A série das ondas tinha passado, logo em seguida foi o amador feminino e nessa hora começaram as séries voltaram.


Fui andando, me concentrando enquanto via as guerreiras da frente indo com tudo. Fiquei para trás com outras meninas me afastando mais para o lado esquerdo e passando as ondas.
_ "Passei a primeira. Beleza!".  Na segunda tive que mergulhar um pouco mais, a terceira vi que o mergulho tinha que ser mais profundo a quarta onda eu vi que realmente o mar não estava nos seus melhores dias. Na quinta não me senti segura e quando terminei o mergulho a última onda veio junto com o desespero, com o medo, a angustia ai perdi total controle.
Foi um caldo atrás do outro, comecei a mexer os braços e o moço do jet ski não me via, mais caldo! Pedi para uma atleta me puxar e lá vem outro caldo, ela me ajudou mais de uma vez e lá veio outro caldo: "Agora não consigo mais te ajudar".
Quando aparece um surfista que me deu sua prancha: "Afunda!"

Saí do mar chorando de desespero e decepção ao ver que várias meninas passaram e outras tantas estavam na mesma situação que eu.
No meio dessa confusão a natação foi cancelada.
Sem saber o que fazer fiquei um tempo parada na praia e percebi que as meninas que não haviam completado a natação começaram a ir para bike. Fui para a transição, mas não passei pelo pórtico porque imaginava que já havia sido desclassificada.

Coloquei as sapatilhas no meio da confusão: atletas reclamando que uns tinham nadado, outros não. Fiz tudo tranquilamente e minha sessão de bike começou e terminou embaixo de uma chuva deliciosa.

O trecho foi em sentido centro da cidade para pegar a estrada; "Nossa! mobilizar Santos um trabalho imenso para o organizador de prova fazer este Triathlon!"
Resolvi me divertir e entender como são os atletas dessa tribo.

Fiz a bike praticamente tranquila e feliz em saber que meus pés estavam sobre algo. Ajudei uma atleta que estava com problemas em sua bike e logo fui tentando me entrosar com outros atletas, mas não tive retorno. Alguns elogiaram as antenas do capacete e deram risadas com a super buzina, outros passavam quase por cima de mim como se eu não existisse, a diferença de tribos em alguns momentos se tornava muito nítida.

Sem perceber já estava novamente na transição sem a mínima ideia de quanto tempo havia feito na bike.

Já na corrida eu imaginava que não iria fazer um bom tempo por estar 2 meses sem correr.
O clima continuava perfeito sem sol e mais fresco que o normal. Fui com a Go pro falando, entrevistando, trotando e quando vi faltavam só 2,5km. Nem percebi. 


Com uma acelerada final cheguei e não me pergunte de tempo, porque não vi também.
Passando o pórtico encontrei com Flávio da Fünf sports, me deu os parabéns e viu que tudo que havia filmado não foi filmado “Hurrrrrr... não acreditoooo!”.

Minha experiência no triathlon?
Como diz minha irmã; “A experiência te engrandece sempre. Sem controle é praticamente impossível fazer qualquer coisa, você precisa se entender e controlar as sua cabeça, só isso!”.

O mar que me aguarde, da próxima vez estarei mais forte que ele!
Obrigada Mana você sempre será a minha metade.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Xterra World Championship - Relato da prova

Antes mesmo do sol aparecer estava sentada na grama, no topo da Vila Xterra observando a organização dando os seus primeiros passos, escutando a bike e os atletas mais apressados seguirem para a área de transição. A competição tomava vida, enquanto eu absorvia a energia da harmoniosa manhã em Kapalua.

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Na praia, emocionada no meio de tantos atletas, no meio dos melhores do mundo:
 _ "Bia! Não fica melhor do que isso, aqui é o climax da nossa história Xterra! Meu Deus! Vivemos para estar aqui agora!"
Absorvendo aquela energia alucinate não poderia estar mais emocionada, pisando na areia branca sob o brilho do sol encarava o oceano cristalino que espantosamente  estava calmo tão calmo quanto minha alma.

Invadimos a roda de grito de guerra dos japoneses que sorrindo de nossa ousadia nos receberam de braços abertos e compartilharam seu ritual pré largada. O Havaí torna todas diferentes etapas classificatórias em uma só e as diferenças dos povos e culturas dissolviam se nas areias de Maui. Ali a língua universal é a paixão pelo esporte.

A largada foi em partes, primeiro as mulheres de elite, depois os homens e em seguida as mulheres amadoras. Entrei no mar sem pressa e logo estava dando as primeiras braçadas em direção a boia que parecia estar muito longe!

A natação foi absolutamente mágica. Parecia que estava num aquário gigante! A visibilidade impressionava era possível ver com clareza os atletas nadando a distancia, o fundo do mar, o azul reluzente e enquanto me distraía com o passeio ficava para trás. Mais um Xterra, mais uma vez eu seria uma das últimas a sair da água.

Após uma transição rápida e reabastecida saí preparada para o pedal que seria longo. Mesmo sem conhecer era como se tivesse feito o percurso, a Bia e os meninos tinham me preparado muito bem para o que vinha pela frente; um circuito travado cheio de curvas fechadas e muito exposto ao calor.


Endurance. Era assim que tinha decidido encarar o percurso de bike, sim porque não seria como as etapas enfrentadas no ano, pelas condições e altimetria era melhor estar preparada para o pior. Fui num ritmo superior ao que imaginava que conseguiria manter, pelo menos na primeira parte do percurso. Depois do segundo ponto de água comecei a sentir o calor e meu corpo reclamava.

Porque os percursos que nos fazem dar voltas nos deixam malucos? Consigo contar nos dedos todos os dias de competição que tive que andar as voltas já bem perto de onde devería chegar. O primeiro dia de Cape Epic, o ultimo dia de Transrockies. Lá vamos nós para mais uma voltinha no percurso sinuoso. Haja psicológico!

"Luli, os últimos 5 quilômetros são um single track sem fim." _ Era possível ver o hotel, as vezes ouvir o locutor. Ainda bem que Bia tinha passado todos os segredos do percurso.

Depois de muitas horas estava na transição para o ultima modalidade da competição. Entrei feliz para o trecho de corrida, sabendo que o pior já tinha ficado para trás. Na subida conseguia correr e ditar um ritmo bom.

Não demorou muito eu estava de volta a praia de Kapalua para os 200 metros finais de areia e a última corrida antes de cruzar o pórtico. Com 4'47 h de competição acabava o mundial de triathlon Xterra.

Obrigada Suunto que me introduziu num circuito tão divertido e competitivo. Bia e Andre por tornarem a experiência havaina muito mais colorida e divertida! Aloha!


sábado, 26 de outubro de 2013

XTERRA - Dicas dos Prós

Depois de uma manhã de sol na piscina e um delicioso almoço com Bia e Andre era hora de aprender sobre o percurso e ouvir estratégias dos profissionais: (fica aqui o que mais gostei)

MOUNTAIN BIKE por Josiah Middaugh e Shonny Vanlandingham

- Use luva, calor úmido e muito suor fica fácil perder o grip.
- Hidrate-se muito, se for o caso use mochila porque facilita o acesso rápido à àgua.
- Pressão dos pneus (essa é a que eu mais gosto): ele usa 26 e ela 20psi (!) O percurso tem trechos com bastante areia e superfícies sem tração, muitas curvas fechadas em cotovelo, ai onde mora o perigo.
- Existirão alguns momentos no percurso de bike que só de estar em cima dela já será um grande feito.

NATAÇÃO por Branden Rakita e Christine Jeffrey
A palestra da natação para mim foi a mais curiosa. Na modalidade que eu menos tenho experiência, toda e qualquer dica foi bem vinda.

A água do mar é absolutamente cristalina é possível enxergar tudo, na edição do ano passado 3 golfinhos acompanharam os atletas.
O mar estava mais mexido do que se prevê para esse ano. (Após o rola que eu tomei hoje de manhã confesso que fico receosa em ter que entrar e sair da água duas vezes.)

- Procure a boia sempre que estiver na crista da onda. (como se em algum momento dessa prova eu estaria na crista da onda!)
-Areia: prepare se! você vai ficar cheio dela (eu que estava pretendendo correr de top e shorts mudei de ideia rapidinho, ainda mais depois da "pequena" amostra que tive pela manhã. Provavelmente daqui um mês eu ainda vou tirar areia de locais que desconheço.
-Não lute contra as ondas, a força da natureza sempre será maior: Go with the flow!
-Na saída do mar tente achar o timing correto, as ondas quebram já na areia (como em Paúba) muita gente no ano passado apanhou com isso.
-Não acelere na areia pois seu batimento cardíaco irá no limite, dose, uma prova dura como essa não será o que fará a diferença.

Próximo da competição você pode não ter mais tempo para treinar, mas tem tempo para criar estratégias de competição; como hidratação, alimentação e dosar seus limites para otimizar sua performance.Boa prova à todos!



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Xterra Hawaii - primeiras impressões

Chegar no Havaí não foi fácil; só de avião foram 19 horas, sem contar com todas as outras em aeroportos.

Na viagem conheci Carlão, jogador de pólo aquático, corredor de aventura das antigas e campeão em sua categoria do Xterra Ilhabela. Ganhei carona ainda de pai e filho que me deixaram na porta do hotel! Obrigada dupla!

Descobri que entre os 800 atletas que competirão no domingo tem muitos brasileiros.

Hoje pela manhã fui retirar o kit da prova e montar a bike. Não demorou muito encontrei com a Bia, Andre e Marcão que estava ansiosíssimo para pedalar o percurso.




Chegou até ser engraçado os três saíram pedalando que nem foguetes, sorte que eu estava sem a marcha leve e não precisei fingir um ataque epilético para abandonar o percurso, a pane mecânica resolveu todo o meu problema! Desci com Carlão que também queria ajustar sua bike e não estava disposto a fazer o trecho todo.

A parte do percurso que fiz não tem nada de técnico, exige sim muito esforço físico porque além de subidas duras é preciso saber lidar com o calor extremamente úmido de Maiui. Os três fizeram a perna de bike em 3 horas, a Bia confirmou minhas impressões; pouco técnico porém travado, muito exigente fisicamente. "No final se prepara quando você acha que está acabando tem um single interminável."





Depois desci até a praia para analisar o tamanho da encrenca (como se já não bastasse uma) De acordo com as dicas o mar é outro inimigo dos atletas; tem muita rebentação podendo dificultar a entrada e saída da água.



Mas isso tudo é detalhe! O mais importante veio na mala; a fantasia da festa de Halloween! 
Amanhã tem clinicas das modalidades apresentadas pelos atletas de elite. 
Fiquem aí que eu conto tudo!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Conrad Stoltz dá dicas para o mundial do XTERRA!


Bem no dia que embarco para o Havaí, o quatro vezes campeão mundial do Xterra surpreendeu quando abri o email pela manhã e li respostas à toda minha ansiedade amadora:

Quantos Xterra s você correu este ano?
9 ou 10, não contei . Fiz algumas corridas de mountain bike e alguns triathlons de estrada também.

Você tem um particularmente que mais gosta?
XTERRA Itália foi incrível! Em uma pequena aldeia de montanha em Abruzzo. O percurso foi difícil e divertido ao mesmo tempo, (projetado por Nico Lebrun) a organização foi impecável e os italianos são atletas apaixonados e muito hospitaleiros.

Claro, minha esposa e eu também gostamos muito do XTERRA Brasil . Muito semelhante ao XTERRA Itália; povo hospitaleiro e apaixonante, excelente localização e boa organização. O percurso de bike na Itália era tecnicamente superior. (Serio?!)

Como é o percurso no Havaí?
A natação oceânica é espetacular. Ela pode ter uma forte rebentação - dependendo do swell . Na bicicleta e corrida tem enormes quantidades de subidas. A parte técnica da corrida é na medida certa , mas o percurso da bicicleta é peculiar –trilhas não existentes monte de encostas com grama recém-cortada.

Comparando o percurso da bike com de Ilhabela , como é ?
Ilhabela tem pouco do percurso em ruas e as subidas eram mais curtas , mas íngremes ! Com seções na floresta onde às vezes era preciso empurrar , interessante!  O percurso de mountain bike em Maui tem seções mais técnicas e curvas escorregadias. Maui é também mais úmido.

Qual seria o seu conselho para um atleta amador que vai competir no Havaí?
Dose bem! Não comece a competição cansado, porque fisicamente é um percurso muito exigente. Tente testar o percurso quando chegar e descanse nos dias que antecedem a prova.

Há muito poucas rochas neste percurso podendo deixar a pressão dos pneus bem baixa e ganhar ainda mais tração em superfícies soltas , tente um pneu mais aderente . Algo com cravos maiores. Eu estou usando o pneu Specialized Ground Control 2.3.

Tragam uma boa fantasia de Halloween! Há uma festa após a corrida e todo mundo leva isso muito a sério , então venham preparados!


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Relato Xterra Búzios


Minha desregrada rotina ultimamente tem tornado os treinos habituais impraticáveis. A etapa de Búzios seria então o laboratório de treino da transição da água para corrida.

Depois de duas etapas do Xterra nadando sem roupa (opa! Entenda se sem neoprene) chegara a hora de me render à necessidade e não ser a última a sair da água.

Levei minha bike no carro e mau transporte fez com que perdesse a vedação da saída de óleo do freio traseiro, claro que eu só vi isso poucos minutos antes de largar.

“O circuito de bike é técnico?” _ tratei de me informar para averiguar as chances de sobrevivência.

Na largada já fui pesquisando qual era a melhor estratégia para tirar a roupa rápido. Essa vai para você corredor de aventura que nunca nadou e nem sequer sabe entrar num wetsuit a receita do sucesso: “Condicionador de cabelo.” Aprendi isso antes da largada com duas almas boas que além de me explicarem o segredo ainda me emprestaram o bom e velho Neutrox.



O mar estava muito batido com ondas grandes. Felizmente teríamos que nadar apenas 1 k, contornar uma pequena ilha e voltar para praia. A bunitona aqui achando que dessa vez com roupa tudo estaria resolvido. De fato nadar com neoprene é muito mais fácil porque além de menos atrito o corpo boia mais, mas nada disso me impediu de quase ser atropelada pelo caiaque vassoura novamente. (eu já to chamando ele pelo nome!)

A transição foi surpreendentemente rápida, realmente o tal condicionador é um bom truque! Logo estava saindo de bike.

A bicicleta não era técnica e incrivelmente linda. Como o litoral brasileiro impressiona! Percurso cheio de subidas e descidas, no topo dos morrotes das encostas era fácil de me emocionar; água azul turquesa reluzia em meio ao verde da mata atlântica, o céu especialmente azul.

A falta do freio traseiro me fez ser mais precavida nas descidas, normalmente eu estaria torcendo por um circuito técnico, dessa vez eu estava me juntando ao time dos triatletas!

O final da bike foi uma briga acirrada com mais duas mulheres, uma disputa saudável e empolgante. Nós três entramos na área de transição juntas. Pouco antes de chegar para a troca eu já estava visualizando quais seriam os meus movimentos e ordem de execução. Algo importado das corridas de aventura que facilita a eficiência na hora fatídica.

Coloquei o minimus trail zero, e saí para a corrida que começava com um trecho de praia. Estava sem saber como um tênis tão tão leve se comportaria nas trilhas e me surpreendi demais. Extremamente leve, ágil e dobrável aumentando muito a percepção do terreno.

Teve praia, trilhas e asfalto também, o terreno variou muito. O melhor parte foi quando entramos em uma costeira cheia de pedras, nessa hora estava vibrando. No quilometro final fui passada por um furacão; Suyanne (uma das que disputavam o mtb comigo) a energia dela era tanta que nem tinha como ter opnião contrária; infelizmente a frente era toda dela, a quarta colocada da elite.

Correndo sobre as pedras da rua mais famosa de Búzios com 2h 49min cruzei o pórtico de chegada, em primeiro na categoria amadora.


Agradeço aos meus apoiadores: New Balance, Mó fisioterapia, Neaf Pilates, Cofides, e um obrigada especial a Suunto que garantiu minha participação num circuito que até esse ano eu nunca tinha participado. 
Estou encantada com o Xterra; prova rápida, astral maravilhoso, visual incrível e o melhor; no meio do mato!


Daqui um mês tem o mundial no Havaí! Não saiam daí!


sábado, 17 de agosto de 2013

Relato X TERRA Costa Verde


Fui para o Xterra Mangaratiba sem saber como o meu corpo iria se comportar um mês após o Gigathlon. Querendo ganhar um pouco de experiência no Xterra.

Amanheceu um dia incrível e minha ansiedade fez com que fosse uma das primeiras a chegar para deixar a bike na transição.

O que mais me diverte nos X terras são as diferenças tão nítidas entre triatletas e aventureiros. Toalhinha esticadinha no chão ao lado da bike com o tênis e tudo metodicamente arrumadinho pode ter certeza que o dono daquela bike com banco de gel não é um corredor de aventura.

Tinha esperança de que poderia melhorar na natação, vindo de uma competição que nadei 20 k em seis dias, mas mais uma vez quase fui atropelada pelo caiaque vassoura. Não tem mágica é melhor eu aprender a tirar o wetsuit porque nadar sem ele não está dando certo.

Hora da bike, começa a prova de recuperação (repetindo estratégia de Ilhabela) só que o percurso de Mangaratiba não é tão técnico e tem trechos planos; hora dos triatletas passarem ventando. Mas enquanto eles param na margem pensando se tiram a sapatilha para atravessar o rio, a gente passa pedalando. Hihihi

Aos poucos fui recuperando posições, feliz com a resposta do meu corpo que atendia à vontade de acelerar. Num single de subida passei Luciana, uma xará simpaticíssima que me ultrapassou de novo quando a trilha virou estradão. Travamos uma disputa saudável.

Após os 22 k de bike aproveitei a transição para me hidratar comer um pouco e sair correndo. De cara passei novamente minha xará e segui num ritmo de corrida bom e ela na cola. A corrida era bem plana também, sim a etapa de Mangaratiba é uma competição que beneficia mais os triatletas enquanto Ilhabela os aventureiros.

O chip misturado com areia começou a assar minha canela, quando parei para arrumar fui novamente ultrapassada. Seguimos revezando posições todo o percurso, a um quilometro e meio da chegada passei minha “rival”.

Quando falta pouco, o percurso te joga para dar aquelas “voltinhas” por trilhas e subidinhas, aquela virada para esquerda que quebra o psicológico de qualquer um! Era torcer para que não fosse só o meu.

Ultima trilha e subida, pronto! Cruzei o pórtico de chegada! Primeira na categoria e quarto lugar entre as mulheres.
Agora é treinar e focar para tomar ralo das gringas no Havaí em outubro!

Agradeço a Suunto e meus patrocinadores. Ao meu irmão que deixa sempre sua sobrinha de duas rodas impecável para competir! 
Valeu Tom, a bike estava redondinha!



sábado, 27 de julho de 2013

GIGAHTLON - RELATO 6o dia de prova

LYSS - LAUSANNE

Na maioria das competições em estagio o ultimo dia costuma ser suave. Mas porque o Gigathlon seria como as outras?

Quase perdi a hora, acordei assustada com a Dri me chamando:

_ "Luli são 5.20h!"

Eu tinha que pegar um trem para a largada as 5.59 h ainda tinha que separar comida me arrumar e correr até a estação.

A Pati correu até o carro para buscar meu tênis enquanto a Dri separava comida e eu me arrumava ao mesmo tempo que enfiava um pão goela abaixo.




A largada era da patins. O dia começava logo com uma pernada de 40 k! Sai no meu ritmo sem me preocupar muito com os pelotões, mas a medida que patinava percebi que um pequeno fila se formava atras de mim. "Pelotão dos sem pelotão, talvez?"

No começo nao estava achando muita graça porque liderava e nao fazia diferença mas quando comecei a diminuir um suíço tomou a frente. Assim fomos alternando ate o primeiro ponto de água que ficava no meio do trecho.

Após vinte quilômetros eu já nao conseguia manter a mesma velocidade que girava em torno dos 20km/h e o pelotão acabou se disolvendo. Segui sonhando para chegar logo o trecho que tinha que tirar os patins.

1.5 k nao eram patináveis. Desamarrei o tênis da cintura peguei os patins na mão e sai correndo. Os pés até estranham!
Toca calçar o inline de novo e finalmente patinar até a transição.

Quando cheguei lá para a minha surpresa o Rodrigo estava junto com a Pati! Que delicia!


Com um sanduíche e tortinha de morango os dois me esperavam para me preparar para o trecho dobrado; "Bora nadar!"

Antes de entrar no lago dei uma olhada onde estavam as bóias. Pra que? Tinha bóia tão longe que mal dava para enxergar.
A ultima natação da semana! Quem diria que um dia nadaria 20 k em 6 dias? Sem pressa me despedi da água fria da Suíça.

Como a Dri estava com uma overdose de bicicleta e acumulados decidimos que seria melhor eu triplicar as pernas do que ela pegar uma dobradinha de bikes.
Após a natação comi mais um pouco e entrei para mountain bike.

O trecho começava com uma ascensão duríssima (agora imagina com acumulado de 5 dias) depois uma montanha russa de sobes e desces. Por fim contornos e voltas desnecessárias.

Quando eu estava quase chegando dou de cara com uma subida curta e absurdamente ingrime:
_ "&$#%^*¥!!!"

No auge da minha irritação olho para trás e vejo Giorgio (o italiano que fazia a prova solo) pedalando com determinação!
"Giorgio?"_ espantada ao vê lo com tanta energia.
"Luciana, you know about the cutoff, right?"
"Corte?"
A gente nunca tinha ficado perto de corte nenhum, essa era uma preocupação que sempre pareceu desnecessária até então.

Eram quase 5 horas, horário que supostamente deveríamos estar na área de transição. Eu nao sei de onde tirei forças rapidamente pulei sobre a bike e tentei acompanhar o italiano.

Cruzamos o pórtico as 5.03h e ficamos sabendo que o corte havia sido prorrogado em meia hora!

Após 10 horas de prova eu nao conseguia nem falar estava morta mas acabava ali a minha missao Gigathlon, passei o chip para a Dri que entrou para o trecho de roadbike.

Hora de descansar seguir com o Ro e a Pati para lausanne procurar um hotel comer e esperar a Dri.

O trecho mais fácil de roadbike da vida (segundo a Dri na hora que chegou na transição) teve complicações devido a um pneu furado. Foi uma epopéia trocar! Com ajuda externa os senhores que pararam mais atrapalharam porque conseguiram quebrar o bico da câmara. Após muita reza a Dri conseguiu que o vassoura buscasse uma nova com o Giorgio que acabava de passar e não tinha visto a Dri. Mais uma vez salvas pelo italiano!

Fomos a ultima equipe a chegar na transição finalmente prontas para o trecho de corrida, o tão esperado que iríamos correr juntas (se nao fosse as minhas 10 horas de prova):
Pati e Dri foram juntas #rumoaosdezesseis !
 

Os últimos 400 metros a equipe toda correu junta rumo a gloria! Rumo a uma das chegadas mais celebradas da nossa história! Com muito barulho e muita festa fomos recebidas pela platéia para a ultima dança! O Gigathlon era história!





quinta-feira, 25 de julho de 2013

GIGATHLON -RELATO 5o dia de prova

BERN - BERN

O Quinto dia era uma celebração em Bern. Um time trial. Pernas curtas de todas as modalidades. Era dia de socar a bota (se é que isso era possivel após o volume insano dos quatro dias anteriores)
 
Largada de roadbike. As equipes largavam de um em um minuto. Dri falou em português no microfone do speaker e a galera veio abaixo! O dia seria de diversão.

Após a road bike de duas horas era minha vez de patinar. Não consegui colocar mais velocidade no patins e mantive a media dos dias anteriores patinando até o local da área de transição.
 
Tínhamos combinado tudo na véspera, quem me daria apoio seria a Sabina, apoio de uma outra equipe  de ritmo parecido com o nosso, já que nossa super mega apoio Pati deveria estar em outra área e como o dia era rápido não havia tempo para essas mudanças.
 
Sabina ajudou a me trocar com uma velocidade incrível e uma organização Suiça, a técnica que colocar a roupa de neoprene encantou a novata aqui; com saquinhos plasticos nos pés e nas mãos rapidamente eu estava pronta para a natação mais temida da semana.
 
Eram 6 quilometros de natação em rio, quilometragem essa que me fizera amiga dos treinos longos na piscina. Nossa! Nem gosto de lembrar quantas vezes nadei duas horas em piscina de 25 m. Além da distancia, a tradicional temperatura gélida da água também assustava; e dessa vez seria a estreia numa água de 15 graus.
 
O Gigathlon nos ensinou que sofrer por antecipação é sofrer uma vez a mais. Sofremos na véspera da primeira largada depois descobrimos que tínhamos errado a data. Sofri com a natação do terceiro dia e ela foi café pequeno. Essa lição se tornava mais nítida a medida que os dias passavam. Sofrer antes pra que?
 
A assutadora natação em água gelada se tornou um dos trechos que mais me diverti na prova. Seis quilometros foram percorridos em quarenta e cinco minutos! Quando entrei no rio e vi a correnteza fiquei adrenada "Isso vai ser divertido!"
 
Perguntei para uma das mulheres do resgate que ficavam na margem do rio de água turquesa:
_"Qual é o segredo?"
_"O segredo é nadar no meio!"
 
Se não fosse o frio da água daria facilmente para ficar parada no maior estilo bóia cross, mas nesse caso nadar estava altamente divertido; era possível ver o chão passando a milhão embaixo das minhas braçadas de super heroína!
 
_"Que nadar no meio o que!" me sentindo um duck (caiaque inflável) fui escolhendo o lado do rio que a corredeira era mais agressiva. Claro que algumas boas vezes engoli água.
 
Duzentos metros antes de chegar tinha uma mulher gritanto no megafone a margem que deveria ser pega para que os atletas não passasem direto. E olha que isso aconteceu muito! Era quase tão difícil parar quanto patins! Hahaha
Saí da água tremendo e vibrando: "Amei! Quero brincar mais!"
 
 
A Dri entrou para o Mountain bike e  eudepois de um frango com batatas fritas providenciado pela nutricionista da equipe, segui junto com a pati para a área de transição seguinte.
 
Como o dia era curto as áreas de transição estavam sempre cheias e animadas com a troca dos atletas, principalmente nas equipes de cinco pessoas, a energia e vontade de não querer perder tempo tornava tudo movimentado.
 
Quando a Dri chegou na transição eu rapidamente saí para o trecho de corrida. Eu tinha plateia e nove quilômetros, que mistura explosiva! O que poderia ser parte de uma competição de endurance se tornou em uma competição de velocidade.
 
O percurso era ao lado do rio, eu corria num ritmo rápido e o melhor de tudo que mesmo após todos os dias de competição meu corpo respondia bem. A gente é capaz de tanto, e muitas vezes nem se dá conta!
 
Fiz os 9 k em 50 minutos, nada mal! E com uma festa alucinante, uma torcida ensurdecedora cheguei correndo para terminar o quinto dia numa das principais praças de Bern! Claro mais uma vez a dança e dessa vez com muita plateia! Faltava só um dia!