Minha desregrada
rotina ultimamente tem tornado os treinos habituais impraticáveis. A etapa de Búzios
seria então o laboratório de treino da transição da água para corrida.
Depois de duas
etapas do Xterra nadando sem roupa (opa! Entenda se sem neoprene) chegara a
hora de me render à necessidade e não ser a última a sair da água.
Levei minha bike no
carro e mau transporte fez com que perdesse a vedação da saída de óleo do freio
traseiro, claro que eu só vi isso poucos minutos antes de largar.
“O circuito de bike
é técnico?” _ tratei de me informar para averiguar as chances de sobrevivência.
Na largada já fui
pesquisando qual era a melhor estratégia para tirar a roupa rápido. Essa vai para você corredor
de aventura que nunca nadou e nem sequer sabe entrar num wetsuit a receita do
sucesso: “Condicionador de cabelo.” Aprendi isso antes da largada com duas almas
boas que além de me explicarem o segredo ainda me emprestaram o bom e velho
Neutrox.
O mar estava muito
batido com ondas grandes. Felizmente teríamos que nadar apenas 1 k, contornar
uma pequena ilha e voltar para praia. A bunitona aqui achando que dessa vez com
roupa tudo estaria resolvido. De fato nadar com neoprene é muito mais fácil
porque além de menos atrito o corpo boia mais, mas nada disso me impediu de
quase ser atropelada pelo caiaque vassoura novamente. (eu já to chamando ele
pelo nome!)
A transição foi surpreendentemente
rápida, realmente o tal condicionador é um bom truque! Logo estava saindo de
bike.
A bicicleta não era
técnica e incrivelmente linda. Como o litoral brasileiro impressiona! Percurso
cheio de subidas e descidas, no topo dos morrotes das encostas era fácil de me
emocionar; água azul turquesa reluzia em meio ao verde da mata atlântica, o céu
especialmente azul.
A falta do freio
traseiro me fez ser mais precavida nas descidas, normalmente eu estaria
torcendo por um circuito técnico, dessa vez eu estava me juntando ao time dos
triatletas!
O final da bike foi
uma briga acirrada com mais duas mulheres, uma disputa saudável e empolgante.
Nós três entramos na área de transição juntas. Pouco antes de chegar para a
troca eu já estava visualizando quais seriam os meus movimentos e ordem de
execução. Algo importado das corridas de aventura que facilita a eficiência na
hora fatídica.
Coloquei o minimus
trail zero, e saí para a corrida que começava com um trecho de praia. Estava
sem saber como um tênis tão tão leve se comportaria nas trilhas e me surpreendi
demais. Extremamente leve, ágil e dobrável aumentando muito a percepção do terreno.
Teve praia, trilhas
e asfalto também, o terreno variou muito. O melhor parte foi quando entramos em
uma costeira cheia de pedras, nessa hora estava vibrando. No quilometro final
fui passada por um furacão; Suyanne (uma das que disputavam o mtb comigo) a
energia dela era tanta que nem tinha como ter opnião contrária; infelizmente a frente
era toda dela, a quarta colocada da elite.
Correndo sobre as
pedras da rua mais famosa de Búzios com 2h 49min cruzei o pórtico de chegada,
em primeiro na categoria amadora.
Agradeço aos meus apoiadores:
New Balance, Mó fisioterapia, Neaf Pilates, Cofides, e um obrigada especial a
Suunto que garantiu minha participação num circuito que até esse ano eu nunca
tinha participado.
Estou encantada com o Xterra; prova rápida, astral
maravilhoso, visual incrível e o melhor; no meio do mato!
Daqui um mês tem o mundial
no Havaí! Não saiam daí!
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