sexta-feira, 19 de julho de 2013

GIGATHLON - Relato do 3o dia de prova

ENNETBÜRGEN

A noite na van foi estressante, eu pouco dormi. Tive ataques de panico sentindo falta de ar angustiada com a largada que estava marcada para as 5.30 da manhã em águas gélidas. Durante a noite confesso que repensei na competição; comparando o sofrimento com as longas provas de aventura.

Ainda no escuro a Pati me acompanhou de onibus até a largada. O visual a beira do lago era algo de emocionar, o céu rosado anunciava o dia de sol, por trás das montanhas de contornos escuros refletidas no lago. O pórtico emoldurava o visual.

 
Simone, um dos organizadores da prova, do fã clube da equipe cor de rosa aproximou se:

_"Como vocês estão? Espero que estejam bem e preparadas, hoje é a etapa rei, a mais dificil da competição! Quem vai fazer a bike de estrada?"

Esquecendo meu medo de entrar na água gelada: _"A Dri! Porque? a Dri vai morrer?"
 
"A Dri vai morrer!"

Sem que eu pudesse descobrir mais detalhes do percurso foi dada a largada, eu fui uma das últimas a entrar na água, tentando ignorar um Suiço que reclamava da baixa temperatura da mesma. "Fala sério amigo! Eu sou brasileira e você vem dizer para MIM que a água tá gelada?"
 
Sorte que devido a temperatura da água o percurso foi reduzido pela metade e a Phelps aqui achando que tinha nadado 3 k em 30 min. Mas melhor entrar na água achando que tem que nadar 3 e nadar apenas 1,5k.
Na transição para a bike de estrada, eu não quis dizer nada para a Dri. Simplesmente a abracei tentando tranferir minha energia: "Boa sorte Dri! Te amo!"
 
A etapa Rei, não era apenas dura em perurso, era complicadíssima em logística também. Dali pegamos o carro para outra cidade. Dessa cidade, eu deveria pegar o trem para outro local e a Pati ainda deveria levar minha bike para outra transição. Separação total da equipe.
Começamos a ficar desconfiadas que a Dri demoraria muito mais que o previsto quando conversamos com outras equipes sobre o percurso e previsões.
Enquanto esperava a Dri fui até um restaurante comer e dar uma entrevista para um repórter de um dos jornais do país. (veja a reportagem aqui)
Após 7.40h de pedal a Dri chegou chorando! Pedalou 121 k Subiu 33 k e 2650 de altitude. Se a etapa o dia era o rei, a Dri era a Rainha, guerreira e durona (mesmo chorona) garantiu que continuássemos na prova.

Saí para o patins. O acumulado da distancia já começava a ser sentido nos músculos específicos da modalidade. Freiar já não era mais um mistério e nem uma vontade; eu rezava nas descidas porque já não tinha mais vontade de parar.

O visual era maravilhoso, uma estrada sinuosa ao lado de um lago azul turquesa margeado por enormes montanhas rochosas. Cheguei para a transição patins / mountain bike encontrando a Pati que me ajudou na troca, eu continuaria na prova, uma mudança de estratégia que tínhamos adotado na véspera para poupar um pouco a Dri.

Minha estréia no mountain bike, com pouco treino especifico entrei para a subida interminável (1500m) cheia de vontade. Descobrimos que mudar de modalidade e músculos fazia bem! Seguia acompanhando o lindo lago azul turquesa, pedalava emocionada! Viva!

Curti tanto a subida quanto a descida e após 3.40h de pedal a Dri já um pouco recuperada de seu pedal de 7.40 entrou para o último trecho de corrida.

A chegada da equipe mesmo tardia (por volta das 11 da noite todos os dias) já começava a ser bem esperada e comemorada. O DJ já sabia que tinha que colocar uma musica animada porque o trio se juntava para a dança de comemoração de mais uma conquista. A Etapa Rei tinha ficado para trás!
 



Um comentário:

Monica Andorinha disse...

Muito show !!! Tirem muitas fotos !!! Essa aventura pode virar um livro !!! por favor, por favor, por favor !!!! hahahaha bjks