Cris minha amiga carioca escaladora sabendo do projeto #365
topou me levar para um batismo no Pão de Açúcar. A gente já tinha feito uma
mini escalada no ano passado, mas dessa vez a coisa era séria: paredão íngreme e
várias cordadas. (Vale lembrar que não escalo portanto não se apeguem aos
termos técnicos utilizados na dissertação.)
Após uma caminhada na mata (impressionante como mesmo no
meio da cidade é possível sentir se totalmente fora dela) chegamos à base da “Coringa”
a primeira via a ser escalada. Duas e meia da tarde plena sexta feira um guia
com mais dois queria tirar par ou impar para entrar na nossa frente! Acabamos
passando eles na nossa segunda cordada.
Já começávamos escalando bem vertical, não senti muita
dificuldade em seguir “os passos” da minha mestra. A via de 3º grau boa para
escaladores de primeira viagem. Depois que passamos o grupo fiquei mais
tranquila para seguirmos no nosso ritmo que fluía muito bem; a Cris guiava e eu
subia segura pela corda e descosturando.
A medida que subíamos a vista começava a impressionar mais. “Coringa”
concluída com sucesso e eficiência, entramos no “Costão” uma via que tem apenas
um trecho que a corda é necessária, essa parte já tinha feito com
a Cris em 2012.
Passado o trecho de escalada entramos na terceira via; São
Bento, mesmo nível de dificuldade em escalada, outro nível psicológico.
Já estávamos bem altas na pedra e à medida que mudamos um
pouco de face começou a ventar bastante. A Cris estava longe, eu sentia o vento
esbravejando, apreciava os urubus que divertiam se tirando rasantes da pedra, mas absolutamente atenta a meus movimentos. É muito louco como o nosso
cérebro ativa o alerta, sabemos que ali qualquer erro pode custar muito caro.
Era possível sentir a adrenalina se manifestando no meu corpo, como se sentisse o sangue correndo pelas veias e ouvisse meu coração que batia medo e insegurança da nova experiência.
Quando terminamos a terceira via estávamos novamente encontrando a trilha do Costão.
"Olha aqui: O que você acha da gente fazer mais uma?"_ perguntou a professora sentido firmeza na aluna.
Dominada pela adrenalina a resposta era positiva. E foi ai que a aventura de verdade começou.
O nome da via a Cris nem lembrava: "Nossa faz anos que não escalo essa via."
A vista era estarrecedora. O nível de dificuldade psicológico parecia aumentar a cada minuto, o precipício de pedra se dissolvia num verde de mata atlântica banhado por mar azul e ondas espumantes. Bem lá embaixo.
Começamos com uma cordada boa. O vento não nos deixava escutar.
"Olha aqui: se você não me escutar eu vou dar três puxões na corda quando estiver ancorada. Você solta e dá três puxões novamente quando estiver pronta."
Quando encontrei com a Cris novamente já estava preocupada com o horário:
"Cris, quantas cordadas será que faltam?"
"Não pode ser muito não Luli, mas olha só: tem um headlamp para você no zíper de fora da sua mochila."
Enquanto eu cronometrava o tempo a Cris demorava para guiar, tentava estimar o horário que ficaria escuro. As luzes da praia se acendiam, os navios viravam pontos dourados no meio de um oceano negro.
"Por enquanto eu estou enxergando de perto, acho que consigo ir sem headlamp." pensava sozinha sem querer transparecer minha ansiedade.
Quando ouvi o Grito da Cris dizendo que a via terminara respirei aliviada; não seria hoje que duas escaladoras seriam notícia. Terminamos a trilha com headlamps acesos e totalmente no escuro. Atingimos o cume as 6:40 da tarde!
A Lua iluminava nossa noite. O Rio estava aceso e a vista da cidade maravilhosa era nossa por direito!
Obrigada Cris, por me guiar seguramente numa experiência tão sensitiva e emocionante!
Era possível sentir a adrenalina se manifestando no meu corpo, como se sentisse o sangue correndo pelas veias e ouvisse meu coração que batia medo e insegurança da nova experiência.
Quando terminamos a terceira via estávamos novamente encontrando a trilha do Costão.
"Olha aqui: O que você acha da gente fazer mais uma?"_ perguntou a professora sentido firmeza na aluna.
Dominada pela adrenalina a resposta era positiva. E foi ai que a aventura de verdade começou.
O nome da via a Cris nem lembrava: "Nossa faz anos que não escalo essa via."
A vista era estarrecedora. O nível de dificuldade psicológico parecia aumentar a cada minuto, o precipício de pedra se dissolvia num verde de mata atlântica banhado por mar azul e ondas espumantes. Bem lá embaixo.
Começamos com uma cordada boa. O vento não nos deixava escutar.
"Olha aqui: se você não me escutar eu vou dar três puxões na corda quando estiver ancorada. Você solta e dá três puxões novamente quando estiver pronta."
Quando encontrei com a Cris novamente já estava preocupada com o horário:
"Cris, quantas cordadas será que faltam?"
"Não pode ser muito não Luli, mas olha só: tem um headlamp para você no zíper de fora da sua mochila."
Enquanto eu cronometrava o tempo a Cris demorava para guiar, tentava estimar o horário que ficaria escuro. As luzes da praia se acendiam, os navios viravam pontos dourados no meio de um oceano negro.
"Por enquanto eu estou enxergando de perto, acho que consigo ir sem headlamp." pensava sozinha sem querer transparecer minha ansiedade.
Quando ouvi o Grito da Cris dizendo que a via terminara respirei aliviada; não seria hoje que duas escaladoras seriam notícia. Terminamos a trilha com headlamps acesos e totalmente no escuro. Atingimos o cume as 6:40 da tarde!
A Lua iluminava nossa noite. O Rio estava aceso e a vista da cidade maravilhosa era nossa por direito!
Obrigada Cris, por me guiar seguramente numa experiência tão sensitiva e emocionante!
# 74 / 365 - Viciei em mais um. E agora?
3 comentários:
Muito legal Luli! Parabéns!
Depois de ouvir pessoalmente o relato, agora ler e ver o video , respirar fundo e soltar não tem como não dizer ela eh show !!! Lu vc é adrenalina pura parabéns
Boa, Luliiii! Foi ótimo participar de uma das suas mil e uma aventuras!!! :)
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