segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

EXPEDIÇÃO Volta a ILHA GRANDE - primeira parte


A volta a remo à Ilha Grande começou muito antes de quinta feira. Diferentemente das expedições de bicicleta que exigem (em minha opinião e gosto) pouca programação, uma aventura no mar exige planejamento, responsabilidade e sorte.

Planejamento e responsabilidade porque com a natureza não se brinca, muito menos com mar e sorte porque São Pedro tem que estar disposto a fazer parte da aventura. Depois da nossa expedição cheguei à conclusão que São Pedro é canoísta.

Encabeçaram o planejamento de ataque Zé Alfaia, Caco e Vit : analisando as condições do tempo, mar, marés e ventos. Estudaram detalhadamente qual seria a melhor rota, as melhores paradas e distancias de remadas por dia. Na logística Vit e Diogo definiram como os caiaques oceânicos chegariam até a praia e reservaram pousadas na Ilha Grande.


Sexta feira 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, 8.30 h da manhã  José Alfaia, Vit, Marcelo, Diogo e eu estávamos bem longe da nossa capital, na praia de Guaratucaia, Angra, colocando os caíques na água (modalidade # 18 / 365: caiaque oceânico) . Um dia ensolarado com mar calmo e ânimos a flor da pele.

O primeiro trecho de 14 km foi uma travessia tranquila até a primeira parada na praia de Palmas. Após duas horas de remo era bom dar uma reabastecida: açaí! Parada foi relativamente rápida e logo seguimos para mais 13 km de remo com destino a Lopes Mendes, uma praia muito comprida de areia branca. Paramos no canto da praia para o “almoço”, comidinhas que trazíamos nas nossas embarcações.


Depois de mais 4,5 k paramos numa das praias que eu mais gostei Cachadaço; uma praia pequenina de água cristalina, completamente escondida pela geografia costeira. Enquanto o Vit mergulhava com sua máscara, Diogo e eu escalávamos as pedras que protegem a praia para ter uma vista aérea do paraíso. Como esse Brasil é lindo!

Hora do trecho final; mais 13,5 k até Parnaioca a última parada do dia, já situada do outro lado da ilha.
Quando ficou definido quem realmente iria participar da aventura fiquei meio apreensiva: o fato de ser a única mulher e poder ser literalmente a ancora da expedição era algo que não me agradava.

Foram dois caiaques duplos Vit e Marcelo, Diogo e eu, e um simples Zé Alfaia (vulgo lobo do mar, ou capitão baiacu) que dispensa apresentações para os remadores de plantão. Zé remou 45 k na raia da USP para treinar para a volta a ilha, sem comentários! Conhece todo o litoral norte por onde já se aventurou com seu caiaque e tem mais historia para contar que qualquer pescador. Mesmo com essa turma de peso, ou melhor, de braço, o nosso caiaque vermelho se comportou bem. Diogo, você que remou sozinho?


Tudo isso para contar para vocês que a ultima perna do primeiro dia foi muito sofrida: o sol nos castigando o dia todo começou a minar minhas forças. Na hora que o Diogo pediu para parar para jogar água na cabeça, eu não tive dúvidas; pulei na água porque o meu radiador também tinha superaquecido. O acumulo de horas remadas já estava pesando no movimento dos braços e a ponta da entrada da praia parecia ficar cada minuto mais longe.

Ai você me pergunta: Mas pra que? Pra que remar durante 7 horas num dia? Não podia remar metade?
 E eu te conto:
O sofrimento nos torna conscientes dos pequenos prazeres da vida.


 Aquele arroz com batata e frango que você come sem dar valor, vira uma refeição desejada e prazerosa. Não eu não estou falando de um restaurante cinco estrelas, ou talvez esteja porque a pousada humilde de Dona Janete, após 9 horas no mar, transformou se no melhor hotel do mundo.

Estar numa praia extensa e deserta sentada num balanço perto de quatro amigos tomando uma Coca-Cola e ouvindo o silencio ser interrompido apenas pelas ondas do mar é algo que me faria feliz, mas o esforço desprendido durante o dia potencializa a vivência e num momento em que o sorriso já não sai do meu rosto, meus olhos encheram de água! Flash!

...to be continued...

Quer ver mais expedições de caiaque?
-Volta à Ilhabela
-Rio Douro (Miranda do Douro à Régua)

7 comentários:

WESS disse...

Show! Show! Show! Que braços? Que pernas? Que capacidade de se superar é essa, querida Luciana Cox???!!! Muito bom...

Monica Andorinha disse...

Brasileira, você é demais !!! kkkkk
Bjussss

licacox disse...

D++++++++++++++++++++
Bjs

Daniela Malzoni disse...

Lulú! Que delicia!!!!!
Eu querooooooo, más acho melhor dar uma "treinadinha" antes!
Esse contato coma natureza e tudo de bom. Vc sabe o quanto eu amo e o feliz que fico quando fazemos nossas aventuras. Pls me avisa sobre a próxima para eu me preparar!!
Beijocas

Anônimo disse...

Timeeeee, escreve ++++++++++++

Dri Boccia com Flower People Team disse...

Adoreiiiiii
Adoreiiiiii
Adoreiiiiii

Que demais
Que pena que perdi essa.

Beijão

Régis Soares disse...

"O sofrimento nos torna conscientes dos pequenos prazeres da vida." PERFEITO !!!!