A volta a remo à Ilha Grande começou muito antes de quinta
feira. Diferentemente das expedições de bicicleta que exigem (em minha opinião
e gosto) pouca programação, uma aventura no mar exige planejamento,
responsabilidade e sorte.
Planejamento e responsabilidade porque com a natureza não se
brinca, muito menos com mar e sorte porque São Pedro tem que estar disposto a fazer
parte da aventura. Depois da nossa expedição cheguei à conclusão que São Pedro é
canoísta.
Encabeçaram o planejamento de ataque Zé Alfaia, Caco e Vit :
analisando as condições do tempo, mar, marés e ventos. Estudaram detalhadamente
qual seria a melhor rota, as melhores paradas e distancias de remadas por dia.
Na logística Vit e Diogo definiram como os caiaques oceânicos chegariam até a
praia e reservaram pousadas na Ilha Grande.
Sexta feira 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, 8.30 h
da manhã José Alfaia, Vit, Marcelo,
Diogo e eu estávamos bem longe da nossa capital, na praia de Guaratucaia,
Angra, colocando os caíques na água (modalidade # 18 / 365: caiaque oceânico) . Um dia ensolarado com mar calmo e ânimos a
flor da pele.
O primeiro trecho de 14 km foi uma travessia tranquila até a
primeira parada na praia de Palmas. Após duas horas de remo era bom dar uma
reabastecida: açaí! Parada foi relativamente rápida e logo seguimos para mais
13 km de remo com destino a Lopes Mendes, uma praia muito comprida de areia
branca. Paramos no canto da praia para o “almoço”, comidinhas que trazíamos nas
nossas embarcações.
Depois de mais 4,5 k paramos numa das praias que eu mais
gostei Cachadaço; uma praia pequenina de água cristalina, completamente
escondida pela geografia costeira. Enquanto o Vit mergulhava com sua máscara,
Diogo e eu escalávamos as pedras que protegem a praia para ter uma vista aérea
do paraíso. Como esse Brasil é lindo!
Hora do trecho final; mais 13,5 k até Parnaioca a última
parada do dia, já situada do outro lado da ilha.
Quando ficou definido quem realmente iria participar da
aventura fiquei meio apreensiva: o fato de ser a única mulher e poder ser
literalmente a ancora da expedição era algo que não me agradava.
Foram dois caiaques duplos Vit e Marcelo, Diogo e eu, e um
simples Zé Alfaia (vulgo lobo do mar, ou capitão baiacu) que dispensa
apresentações para os remadores de plantão. Zé remou 45 k na raia da USP para
treinar para a volta a ilha, sem comentários! Conhece todo o litoral norte por
onde já se aventurou com seu caiaque e tem mais historia para contar que
qualquer pescador. Mesmo com essa turma de peso, ou melhor, de braço, o nosso
caiaque vermelho se comportou bem. Diogo, você que remou sozinho?
Tudo isso para contar para vocês que a ultima perna do
primeiro dia foi muito sofrida: o sol nos castigando o dia todo começou a minar minhas
forças. Na hora que o Diogo pediu para parar para jogar água na cabeça, eu não
tive dúvidas; pulei na água porque o meu radiador também tinha superaquecido. O
acumulo de horas remadas já estava pesando no movimento dos braços e a ponta da
entrada da praia parecia ficar cada minuto mais longe.
Ai você me pergunta: Mas pra que? Pra que remar durante 7
horas num dia? Não podia remar metade?
E eu te conto:
O sofrimento nos torna conscientes dos pequenos prazeres da
vida.
Aquele arroz com
batata e frango que você come sem dar valor, vira uma refeição desejada e prazerosa. Não
eu não estou falando de um restaurante cinco estrelas, ou talvez esteja porque
a pousada humilde de Dona Janete, após 9 horas no mar, transformou se no melhor hotel do mundo.
Estar numa praia extensa e deserta sentada num balanço perto
de quatro amigos tomando uma Coca-Cola e ouvindo o silencio ser interrompido apenas
pelas ondas do mar é algo que me faria feliz, mas o esforço desprendido durante
o dia potencializa a vivência e num momento em que o sorriso já não sai do meu
rosto, meus olhos encheram de água! Flash!
...to be continued...
Quer ver mais expedições de caiaque?
-Volta à Ilhabela
-Rio Douro (Miranda do Douro à Régua)
Quer ver mais expedições de caiaque?
-Volta à Ilhabela
-Rio Douro (Miranda do Douro à Régua)
7 comentários:
Show! Show! Show! Que braços? Que pernas? Que capacidade de se superar é essa, querida Luciana Cox???!!! Muito bom...
Brasileira, você é demais !!! kkkkk
Bjussss
D++++++++++++++++++++
Bjs
Lulú! Que delicia!!!!!
Eu querooooooo, más acho melhor dar uma "treinadinha" antes!
Esse contato coma natureza e tudo de bom. Vc sabe o quanto eu amo e o feliz que fico quando fazemos nossas aventuras. Pls me avisa sobre a próxima para eu me preparar!!
Beijocas
Timeeeee, escreve ++++++++++++
Adoreiiiiii
Adoreiiiiii
Adoreiiiiii
Que demais
Que pena que perdi essa.
Beijão
"O sofrimento nos torna conscientes dos pequenos prazeres da vida." PERFEITO !!!!
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