quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A corrida do Staff da DBR - por Filipa Vilallonga


A nossa corrida começou muito antes do sinal da largada… a nossa corrida durou muito mais que o tempo de prova… a nossa corrida, foram muitas corridas, com o único objectivo de permitir os atletas correrem. Nós soámos por isso, nós lutámos por isso, nós arranhámos por isso, nós fomos uns verdadeiros guerreiros de sorriso nos lábios.

Nós sentimos o stress que antecede a corrida, nós corremos incansáveis para os nossos postos, sentimos o sofrimento, o cansaço, a sede, a fome, o desespero, a alegria, a glória….

Nós absorvemos tudo isso. Nós fomos, os pais, as mães e os irmãos dos nossos atletas. Não percorremos os trilhos, mas sentimos o cheiro, não conquistámos as intermináveis subidas, mas abateu-se-nos o cansaço, não galopámos aquelas descidas, mas sofremos o medo… nós estivemos sempre presentes.

Foi tudo preparado como que para receber as visitas mais queridas em nossa casa, esperávamos ansiosamente. Demos as mãos quando na mesma hora chegarem trezentos atletas para levantar o dorsal, tivemos simpatia pela pressa, compreensão para com as fugas das regras, paciência para com os chatos munimo-nos dos nossos maiores sorrisos e fizemos funcionar.

Sentimos o desespero da fome e da sede nos abastecimentos, entendemos a linguagem da pouca oxigenação no cérebro, do cansaço extremos, da pressa desnecessária, talvez a pressa de terminar. Explodimos de alegria na meta, partilhámos a realização, a satisfação… nós tivemos 500 vitórias! Cada minuto, cada etapa ultrapassada, cada objectivo realizado nos fez vibrar de satisfação, de pura alegria, de puro divertimento.

Todos nós nos sentimos extremamente cansados, mas nenhum sem excepção, não deixou de estar orgulhoso, de estar feliz e até grato, por poder ter contribuído para este evento. Uma enorme equipa a trabalhar em conjunto e a funcionar…

Já pensei o que poderá ter movido toda esta gente no mesmo sentido, já pensei o que poderá ter motivado tanta gente, o que poderá ter levado tanta gente a acreditar na vitória de grupo. É que não se trata apenas da atribuição de tarefas, trata-se da resolução de qualquer problema, de qualquer anomalia, com uma hierarquia virtual, com uma calma exemplar e com uma boa disposição espectacular.

Todos nós fizemos magia e trouxemos um pouco dessa magia para a nossa casa. Todos nós nos sentimos realizados e eu arriscaria, que talvez nos tenhamos movido pela amizade. Talvez esta palavra, com todo o seu significado, seja a chave.

Talvez tenha todo a importância para nós… talvez só a estejamos a devolver ao João e ao José,
que a espalharam, que a estimaram, que a semearam e agora estão a colher os frutos.

Filipa Vilallonga
21 Setembro 2011

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