sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pedalando no Rio - Laranjinhas e o parque Lage


Quando estive no Rio de Janeiro para a meia maratona estava ansiosa para testar as “laranjinhas” o sistema de aluguel de bikes implantado na cidade carioca. Diferentemente de São Paulo já tem várias estações ativas e como no Rio tudo fica mais concentrado achei que seria interessante experimentar o sistema.
É preciso baixar o aplicativo “Bike Rio” no celular, fácil e de uso intuitivo. Nele é possivel visualizar todas as estações de bike e quantas bicicletas disponíveis e vagas existem em cada uma delas.

A primeira tentativa foi no sábado pela manhã, a Bia e eu queríamos ir pedalando  retirar os kits da prova. Infelizmente todas as bikes estavam circulando.
 Dá para acreditar?
Dá! Claro, Sábado pela manhã num dia ensolarado, quem é que não quer sair para pedalar na cidade maravilhosa? Tentativa frustrada e adiada.
Na segunda feira ainda estávamos na cidade resolvemos ir tomar café da manhã no parque Lage, um passeio carioca bem turístico: A história do parque é muito antiga, ele leva esse nome porque pertenceu muitos anos à família Lage.

Na década de 1920 , Henrique deu início a sua remodelação do palacete que fora de seu pai. Seu estilo eclético era bastante diferente, mesclando diferentes tendências da época. Em seu centro há um pátio com piscina e, em sua fachada, um pórtico bastante proeminente. Os jardins foram concebidos geometricamente, de acordo com a grandiosidade da mansão (projeto paisagístico inicial datado em 1840 tem a assinatura do inglês John Tyndale)  de onde se avista o morro do Corcovado.
Anos mais tarde o parque foi tombado como patrimonio histórico e artístico.
Hoje é um centro formador de artistas, profissionais do campo da arte (críticos, curadores, técnicos) e público, funcionando como centro educacional, aberto também para visitação com um simpático café instalado no interior de seu pátio.


Escolher a bike que nos levaria até esse oasis não foi uma tarefa muito fácil. Na estação que estávamos a maioria das bikes tinha algum problema de má conservação. Aqui fica minha pergunta: Será que o sistema criado parou na implantação? Claramente a manutenção das bicicletas fora deixada de lado.
Depois de fazer alguns testes nas bikes ainda presas definimos quais seriam as escolhidas. O percurso até o parque não tinha muitas quebradas, e para nós que estávamos sem uma assessoria local isso facilitou.
Hora matinal do rush na cidade do Cristo. Confesso que achei o trânsito carioca muito mais hostil do que o paulista. Acho que a conscientização aqui em São Paulo é maior. A ciclofaixa, a ciclovia, as bicicletadas, os movimentos pró bike tem deixado o motorista paulista mais atento na hora de dividir o espaço nas ruas.
As bikes são bem pesadas, o que deu mais segurança na hora de pilotar em meio ao caos; “Se alguém me acertar vai amassar o carro.”
No começo estava apreensiva nas trocas das marchas, achando que pudesse ter algum tipo de problema, mas quando nos deparamos com a subida para entrar no parque fui obrigada a colocar o cambio a funcionar.
Entramos tímidas pelo imponente portão do parque esperando algum guarda vir para falar que nós não poderíamos estar com bicicletas ali. O contrário nos surpreendeu; um simpático funcionário prontamente nos mostrou aonde as bikes poderiam ser estacionadas.
A vista da piscina emoldurada pela arquitetura italiana do jardim de inverno impressiona, o paredão de pedra e o Cristo lá em cima impressionam.
Foi incrível assim; ao som de Bossa Nova, a experiência de um café da manhã na cidade maravilhosa, regada a laranjinhas, arquitetura e cultura sob os braços abertos do Redentor.

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