CRUCE DE LOS ANDES 2010 Primeiro dia!

Para chegar à largada, os corredores deveriam pegar um traslado de uma hora e pouco para ir até o local do pórtico. As equipes Selva fizeram questão de entrar no mesmo ônibus juntas, e isso fez com que chegássemos à largada não tão cedo assim.
Logo quando desceram do ônibus as equipes dos meninos foram mais rápidas e já saíram rumo aos 32 km de trilhas que nos esperavam naquele primeiro dia de prova. Já eu e a Dri passamos no banheiro, depois bebemos gatorade, e os 20 minutos de diferença no horário de largada nos custaria uma hora e tanto na classificação mais tarde. Largamos trotando num ritmo bom e assim seguimos nos divertindo...
Um pouco antes da metade do percurso, a trilha começou a ficar lotada de gente, e por ser um single track, as ultrapassagens ficavam mais complicadas. Aí já começamos à criar inimizades. Com a bandeira do pais pentacampeão presa na nossa mochila, foi difícil convencer novos rivais vizinhos argentinos e argentinas que estávamos ali apenas para nos divertir, e claro queríamos ultrapassa-los para continuar correndo. Em vão. Fomos empurradas, xingadas e seguradas. Estava na hora de baixar a bola.
A primeira desorganização da prova nos pegou em cheio; uma ponte em que passava apenas uma equipe por vez, causou um engarrafamento de mais de uma hora para a dupla Flower People, e o pior, o tempo parado não foi abatido do tempo de prova.
Mas as “Barbies” (Incrível! cada prova a gente ganha um apelido novo) não deixaram sua energia contaminar e depois de algumas tentativas conseguiram fazer a fila virar uma enorme ola! Isso mesmo, a Dri e eu inventamos tudo o que a gente podia para fazer o tempo passar, além da ola, dançamos carrossel...tiramos fotos com nossos óculos de flor, e quem estava por perto deu muita risada!
Depois da ponte seguimos na trilha e de repente vimos a chegada “Mas já?” “Puxa Dri no mínimo eles vão fazer como o Cape Epic e deixar a gente andar em círculos perto do acampamento!” Dito e feito.
Andamos mais vários km ao lado de um rio lindo até chegar em outra fila; agora a fila do barco. Para atravessar para o outro lado. Felizmente nessa “cola” (como dizem os argentinos) o tempo foi descontado e os 40 minutos que ficamos mais uma vez paradas não foi contabilizado. O duro era seguir depois dessas paradas. O corpo esfriava e sair correndo parecia uma missão impossível. Do outro lado do rio seguimos para os últimos 4km finais do dia. Dri e eu no mesmo ritmo devagar. Chegamos no acampamento com chuva e vento frio, para a nossa felicidade o Rafa e o Andressão que mandaram muito bem, usaram seu tempo de sobra para montar a nossa barraca cor de rosa! Entrar no rio nem pensar, banho de baby whipes mesmo! Das quase 800 duplas que largaram ficamos em 305 no primeiro dia. Pensando pelo lado poliana da história, pelo menos conseguimos pegar o barco. Ficamos sabendo que mais tarde algumas equipes bateram lá e tiveram que voltar pela mesma margem porque os barcos não estavam mais fazendo a travessia! Fala sério! Cruce, cruce, você já foi mais organizado!