domingo, 4 de março de 2012

Uma Sexta feira muito triste


Na sexta feira à noite segui para a Paulista com meu irmão.
Passei o dia todo calada tentando digerir uma noticia muito difícil de aceitar:
Julie morrera atropelada por um ônibus.
Morena de 33 anos, bonita, alegre e cheia de vida, Julie Dias, 33, era a mudança que queria ver no mundo; ia de bike para o trabalho, incentivava doação de sangue e a reciclagem.
Lutava pelo espaço da bicicleta nas ruas. Lutava por um planeta melhor.

A praça do ciclista estava lotada deles. No minuto que coloquei o pé lá, absorvi a energia de centenas de pessoas e imediatamente desabei no choro.
Alguns minutos após nossa chegada, a marcha já se posicionava para sair. Pareceu hora marcada; no momento da saída São Pedro desabou no choro. Um choro torrencial de profunda tristeza.  As lágrimas de todos se misturavam.
Sob o temporal, empurrando suas bicicletas, carregando faixas, flores e cantando um mantra: “Mais amor e menos motor” as centenas de bikers seguiram até o local do acidente, na própria Avenida Paulista.
Um movimento contraditório porque é tão lindo quanto triste, emociona ver aquela quantidade enorme de pessoas unidas pela mesma causa. Uma revolução serena.
A avenida foi interditada. Um minuto de silencio. São Paulo parou, o mundo parou.
Naquele minuto me senti mais próxima a Julie. Naquele minuto imaginei a mudança que Julie queria ver no mundo.  Carros e bicicletas conviviam em perfeita harmonia.
Julie, esteja em paz.






3 comentários:

Borboleta com Asas disse...

Fiquei sem palavras, senti vontade de chorar também!:(
Que exista no céu uma prioridade para ser feliz..Juli que sejas uma estrela que nos ajudes a ter sorte nesta selva imensa que é este mundo onde habitamos e temos direito a pedalar, a sentir o vento refrescar a nossa mente...
Quem não pedala não o sente!!!
Obrigada Luli

marina gomes - corremundo disse...

Morre uma parte de todos nós neste dia. Mas temos força para que não seja a parte que vive, acredita e espera um mundo melhor. :(

Jerónimo Pereira disse...

Ela faz falta, mas agora que ela não mais pode lutar pelos seus ideais e uma vez que nós também os temos, somos nós que devemos honrar a sua memória continuando a nossa ordeira luta...