MARATONA da DISNEY o relato

Acordar às 3 da manhã, não foi tão difícil quanto sair do quarto do hotel e encarar os 5 graus negativos que faziam na madrugada de domingo. Um sobretudo de esquimó que comprei aqui foi a melhor maneira que encontrei para driblar o frio e seguir na escuridão rumo ao Epcot. No ônibus a euforia das pessoas era abafada pelo chiado dos cobertores de emergência estampados com o Mickey.
Disney, tudo muito bem organizado, não estava surpresa.
Na largada logo vi Adriano Bastos (nosso heroi, e mais tarde heptacampeão da prova) cheio de xuquinhas no cabelo, saltitante. Energização positiva Brasileira e rumei para minha estação “e”. Mickey, Donald, Pateta todos corajosos por estar ali, nos incentivaram junto aos fogos. Foi dada a largada.
Minha estratégia era sair como se fosse um treino longo, mas vai dizer isso para o corpo congelado, eu queria era correr! Até que estivesse pronta para abandonar aquele longo casaco branco que deixava meu modelito cor de rosa à paisana.
Meu ipod resolveu me contar a distancia em milhas, e eu loira, resolvi nem me preocupar muito em convertê-las.
Umas 2 milhas depois meu casaco rumou à sarjeta aonde ele, e todas roupas abandonadas pelos atletas, toneladas literalmente, serão doadas à caridade.
Epcot cheguei! A bola iluminada me dizia que, para começar uma longa jornada é preciso passar pelo primeiro parque. Musica alta e torcida, tava na hora de tirar o fone de ouvido. Sentia meus dedos do pé doer, uma dor meio anestesiada pelo frio; estavam congelados, assim como a água distribuída pelos postos de controle. Nossa será possível? Mais para frente quando tentava desviar do escorregadio de gelo que se formava no chão por causa da água jogada pelos atletas, vi que sim, não estava alucinando; era possível. Tudo estava congelado, não eram apenas minhas orelhas e meus dedos.
Saindo do Epcot sabia que seria um longo percurso até a Disney. No caminho um dos animadores com o microfone em mãos; “It s a great day to be alive!” E realmente era. Amanhecia o céu estava rosado, o frio me fazia sentir assim; viva. No horizonte já via o castelo da Disney.
A torcida emocionava, muita gente gritava quando passava; “Go Pink!” “Pink Minnie!”
“Love the outfit!” Meu uniforme até no mundo da fantasia fez sucesso!
Antes de entrar no castelo da Cinderela, trompetes anunciavam que a princesa estava por perto. Quase a metade do percurso. Ponto alto da prova!
O longo retão de asfalto de volta para o sul, foi recheado com bandas de high school, pianistas, músicos, acrobatas e torcida, muita torcida.
Já estava claro quando entrei no Animal Kingdom, e a montanha russa do Everest, nunca pareceu tão real; repleta de neve!
Brigava para tentar manter o ritmo, minhas pernas já estavam pesadas. Mas distraída pela magia entrei no ultimo parque Hollywood Studios, faltava pouco.
Epcot lá estava ele novamente. Agora o sol brilhava, e as cores vivas uniam os mundos
França,Itália, China, Japão, México. Nos paises, nos corredores.
Finish line, inacreditavelmente vi ela a distancia! E acelerei para tentar fechar o tempo antes das 4 horas. Primeira maratona cumprida 3 horas e 59 minutos! Os animadores anunciavam o que o modelito mais rosa do mundo “Ever” cruzava a linha de chegada, e ainda fui convidada para uma sessão de fotos em estúdio no mundo da fantasia! Medalha dourada linda do Mickey no pescoço. Nada mal!
Entre os 16.883 atletas que completaram o percurso fiquei em 2.059.
Entre as 8.152 mulheres fiquei em 496! Daqui levo a magia, o amanhecer, a fantasia! E o desejo de que todos os dias sejam como hoje; Great days to be alive!
Obrigada Papi pelas férias maravilhosas com uma maratona no pacote. Caco pelo treino, mesmo com pouquíssimo tempo hábil, me senti super preparada. Obrigada Malavolta por acender a vela. Kailash por patrocinar a Pink Minnie. Evandro do funf por me deixar virar a mais nova repórter FUI. E à todos amigos e familiares que acreditam e me incentivam no esporte.

Cor de rosa neles!