segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O casamento de Mariana e Francisco

Lá fui eu para Camburi montar mais uma decoração de casamento Flower People: os noivos Mari e Francisco amigos meus de lama e perrengue.

Como um casal da aventura a cerimônia deveria acompanhar o tema: benção pé na areia.

A previsão do tempo atrapalhava a programação; na noite anterior caiu o mundo e o dia amanheceu nublado com chuva. Os mais pessimistas comentavam: “Que pena que o tempo está nublado.” e eu otimista: “Que bom que não está chovendo.”.

“Luli, o casamento será na praia?”_ pergunta de noivo ansioso.
“Será na praia!”_respondi com a certeza de quem tem pacto com São Pedro.

Decoração montada, festa pronta. No Deck, virada para o mar avistando uma ilha longínqua inspirando o vento que trazia a estiagem expirei emocionada e realizada.
...

A cerimônia vai começar.  

No momento que pisei na praia através da areia senti a energia de todas as pessoas que estavam ali. Só de olhar Francisco com olhos marejados sentia a água escorrer dos meus.

Começa a tocar “Only time” – Enya.
(Pare de ler o texto e escute a musica, assim você entenderá onde quero chegar!)

Nesse momento de espera da noiva me perdi na música que regia as longas fitas de cetim verdes que dançavam com o vento que soprava as nuvens que transformavam o céu refletido no mar.
Tudo conectado. Surrealismo sensorial.

A cerimônia foi celebrada por mulher e sobre uma mesa redonda. A Materialização do amor de Mariana e Francisco foi concretizada à medida que trocavam suas juras e plantavam sementes num vaso com terra. 
Sob a aprovação divina no momento em que as sementes foram enterradas abençoadas por um vapor de chuva em forma de gotículas quase imperceptíveis. 
Regado o amor recém-plantado, um beijo doce.

As nuvens continuavam a dançar acompanhando o vento e as fitas. As lágrimas escorriam dos meus e até mesmo dos olhos dos curiosos que em traje de praia acompanhavam a cerimônia, também conectados pela areia. Energia.

A natureza aprovava a união. À medida que a cerimônia decorria o tempo abria; era possível ver azul no meio de céu cinzento. Após um discurso apaixonado do noivo, um beijo e palmas selaram a união.

Não poderia ser diferente; a noite foi estrelada e dia seguinte amanheceu ensolarado; Mariana e Francisco estavam casados!



Um comentário:

Mari disse...

A primeira escolha (após o noivo, claro) estava feita. Teríamos no nosso casamento um pouco desse mundo que é só dela, colorido e alegre.
Naquela manhã o tempo mostrava-se indeciso e alguém haveria de decidir por ele. Calada eu pensava de onde teria saído o consolo de que chuva é sinal de sorte... E não tinha coragem de perguntar se iria chover naquela tarde. Meus padrinhos tinham a certeza de que não iria chover, mas eles manteriam esta certeza mesmo debaixo de chuva. Eu me mantinha apreensiva.
Quando dei por mim as guirlandas floridas com suas fitas dançantes estavam na praia.
Perguntei: A Luli montou a cerimônia na areia ?
Foi como se, pela demora do tempo em se decidir, ela tivesse decidido por ele: não iria chover naquela tarde.
Talvez tenha sido um pacto com São Pedro, talvez a coragem de enfrentá-lo, ou apenas a certeza de que o mundo pode ser como a gente quiser que ele seja.
Fui inundada por uma tranquilidade e a chuva deixou de ser um duvida.
Luli querida, muito obrigada !!
Beijos da noiva. ;)